26.6.08

Andava eu imbuída no meu espírito curioso quando, para além do bom saber fazer, descobri um texto absolutamente singular sobre algo de que tanto já foi dito , e que nunca será o suficiente. O texto é de João Monge, quanto a mim, um dos melhores letristas que temos por cá:

"Inevitavelmente, voltamos sempre ao mesmo: o amor!...
Tudo já foi dito e redito, tudo já teve o seu direito e o seu avesso, no entanto, quando o dizemos de dentro, é como se tudo num breve instante se esbatesse e reencontrássemos a voz primordial.
É assim com a pessoa amada, é assim em todas as canções de amor.

Claro que gostamos de finais felizes, claro que fazemos sentir a nossa falta, claro que nos irritamos, claro que projectamos na voz da pessoa amada os nossos mais secretos desejos...
Claro que nos desiludimos para voltarmos ao mesmo: o amor!
Atravessamos um deserto cego e frio e só depois nos damos conta; deixamos livros marcados para que o outro dê conta de nós; rasgamos a pele e a roupa para que, num desespero de carência, se ofereça o essencial...e, no entanto, só perante o amor avaliamos a nossa total fragilidade.
É o suspenso momento de todas as indefinições, de todos os medos, de todas as dúvidas...Mas, simultaneamente, o grande delta de toda a razão de ser, a grande casa inacabada."

1 comentário:

S.A. disse...

para quem diz que so escreve «rapidinhas»...mais uma prova que em portugues se escreve, interpreta e "vende" boa musica

.:Sara