Poema à Mãe
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
ao fundo dos teus olhos!
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...
Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esquecerei de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...
Boa noite. Eu vou com as aves!
* "Os amantes sem dinheiro"
** Eugénio de Andrade
1 comentário:
Esta sim é a verdadeira ODE às mães por todos o mundo:
MÃE QUERIDA
REFRÃO:
Mãe querida, mãe querida
O melhor que a gente tem
Não há outro amor na vida
Igual ao amor de mãe
Feliz de quem possa dizer
Que tem ainda quem lhe deu o ser
Feliz de quem possa contar
Com o seu regaço pra se aconchegar
Graças a Deus, que tenho ainda
Carinhos teus minha mãe querida
O teu consolo, compreensão
Tuas palavras cheias de razão
REFRÃO
Dia da mãe devia ser
Todos os dias sem ninguém esquecer
Santa mãezinha, nossa alegria
Abençoado o teu nome Maria
Nunca na vida por coisa alguma
Eu vou esquecer que mãe há só uma
Feliz de quem possa dizer
Que ainda tem quem o viu nascer
REFRÃO
Letra por Tony Carreira
Runcolho
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