22.2.07

Sambódromo

Quarta-feira de cinzas, o voltar à normalidade, depois de uma terça-feira gorda cheia de folia e serpentinas. Claro que há aqueles trabalhos em que se relembra os momentos de folia, mas agora sem o sorriso na cara, porque há muito copo de “prástico” e muito “confete” para limpar nas ruas.
Voltando à normalidade, ouvi isto «vinha de viagem a passar pela Mealhada, e só se via na estrada sinais a dizer Sambódromo...!!». Sim que Portugal adoptava o estilo do Carnaval brasileiro já ninguém tinha duvidas, que convidava actores e cantores brasileiros, menos ainda, porque a tarde das nossas televisões é adornada com o “sotaque” do povo irmão. Mas continuo sem perceber o conceito do Brasil em Portugal!!!
«tipo, samba, com chuva!?», sim, por que não, sempre serve para acalmar os ânimos da folia, e então no Brasil em que
chove e as temperaturas estão acima dos 20ºC… assim corpos desnudos a desfilar no Sambódromo e a sambar num ritmo intenso, soa-nos a verdadeiro Carnaval, festa, animação, muitos dirão, assim é k deve ser! Mas assim é que deve ser mesmo? A comparar: Portugal, país de clima mediterrâneo; Fevereiro, pleno mês de Inverno, estação das chuvas; temperaturas a rondar os 10/15ºC ( para sermos precisos, no Algarve a previsão era de 17ºC de máxima). Penso que nem é preciso dizer o que se passa no Brasil, ou melhor no Rio de Janeiro!!!!
O certo é que o Brasil está em força pelo nosso pais fora na época carnavalesca, a musica é o samba e trios eléctricos estão em casa esquina, assim como as plumas, os dourados, e a pouca roupa…será Portugal um Sambódromo do país irmão? Não sei responder, mas ouvi dizer «aah! é sobre a pobreza de espírito de tentar reproduzir um Carnaval brasileiro por troca das nossas tradições!» e «a falta de coragem dos portugueses em geral, do português que organiza essas coisas, de assumir as nossas tradições e raízes, para reproduzir uma coisa que não é nossa, nem nos fica bem...»
Deixo no ar, e deixo também a salvaguarda do Carnaval de Famalicão que me constou ser de grande animação, que eu estive perto de comprovar pessoalmente, mas o mau tempo que inesperadamente se abateu em Portugal continental não mo permitiu.
E assim que me ocorra temos o de Ovar que é intitulado de bem português, e o que tem maior orçamento ( maior até que Torres), e que consegue conjugar o rude português com os luxos do brasileiros. E depois temos o da Madeira que em dois desfiles, o alegórico e o trapalhão, consegue aliar as suas condições climatéricas favoráveis para sambar e não esquece a participação popular e tradicional portuguesa.
Será que são dois casos a seguir, já que gostamos tanto do clima brasileiro no nosso Carnaval e que cada vez mais trazemos à ribalta o esquecido típico português? =)

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